Tarifa branca, sim ou não?
2 Maio, 2019Autor: Jovanilson Faleiro de Freitas
Instituída pela Resolução 414/2010, Art. 56-A, a modalidade Tarifária Horária Branca, ou simplesmente Tarifa Branca, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), visa disponibilizar ao consumidor residencial ou comercial, conectado à Rede Elétrica em Baixa Tensão (110V, 220V ou 380V), a possibilidade de escolher o Sistema Tarifário a ser aplicado no cálculo da sua conta de energia.
Este modelo permite aos consumidores que no período de ponta de carga, compreendido no horário das 19h às 22h (durante o horário de verão) ou das 18h às 21h (nos demais meses do ano), que tenham um baixo consumo de energia elétrica em suas residências ou comércios, possam pagar uma tarifa diferenciada ao longo do dia em conformidade com sua demanda de consumo.
Mas será que valerá a pena esta alteração? Realmente terá redução na conta de energia? E se houver o uso na ponta de carga, quanto será o acréscimo na conta? Estas e outras perguntas não são claramente esclarecidas à população em geral, a qual poderá acabar aderindo a esta modalidade tarifária sensibilizada com a redução de até 20% do valor da sua conta de energia.
A redução do valor da conta não pode ser o único referencial para a tomada de decisão da alteração do modelo de tarifação. Afinal, o ganho financeiro será, na verdade, em consequência da escolha correta do sistema de tarifação. Diante disso, o consumidor deverá entender muito bem os seus hábitos no uso da energia elétrica em sua residência ou no comércio, tendo o pleno conhecimento de quais são os equipamentos de maior consumo de energia, quantas vezes são ligados ao longo do dia e em quais horários que são utilizados.
O consumidor também deverá conhecer as instalações elétricas, uma vez que parte do desperdício de energia elétrica poderá ser em consequência da falta de manutenção, do dimensionamento errado dos circuitos, da utilização incorreta dos diversos equipamentos existentes dentro das residências ou comércios.
Somente após esses levantamentos prévios é que deverão ser realizados todos os cálculos, simulando diversas situações, para então ser tomada a decisão de qual modelo tarifário que melhor irá atender o consumidor. A consultoria de um profissional habilitado contribuirá na orientação correta da decisão final, pois ele apesentará um diagnóstico completo das instalações elétrica da edificação.
INFORMAÇÕES DO COLUNISTA
Engenheiro Eletricista, Pós-Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho; Gestão/Auditoria/Perícia Ambiental e em Engenharia da Qualidade, Auditor Líder de certificação das Normas ISSO 9001/14001 e OHSAS 18001, Perito Judicial, Conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás – CREA/GO, Ex Coordenador Nacional da Coordenadoria das Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica – CCEEE. Membro da Associação Goiana dos Engenheiros de Segurança do Trabalho – AGEST, ex-presidente da Associação de Brasileiro de Engenheiros Eletricista – ABEE/GO. Foi funcionário da Companhia Energética de Goiás – CELG e Furnas Centrais Elétricas.