Equipamentos: 4 indicadores hospitalares da engenharia clínica

27 Abril, 2019 0 Por admin

A engenharia clínica é um serviço essencial em um hospital e tem como propósito garantir o funcionamento adequado dos equipamentos médicos, avaliando a vida útil dessas tecnologias, mensurando os custos com manutenção corretiva e preventiva, além de dar suporte à equipe multiprofissional de saúde quanto à sua utilização.

Nesse sentido, os indicadores hospitalares são importantes, pois são dados coletados em diferentes serviços da instituição de saúde e servem para nortear ações estratégicas. Normalmente, são baseados em instrumentos objetivos que conseguem apontar irregularidades ou serviços com pouca produtividade, fatores que influenciam diretamente nos custos de saúde.

Junto a isso, os indicadores hospitalares da engenharia clínica devem ser mensurados e analisados para fornecer um bom diagnóstico sobre as condições de uso do parque tecnológico da instituição de saúde, propondo metas de redução de custos de operação para assegurar a sustentabilidade financeira da empresa.

A seguir, conheça 4 indicadores hospitalares da engenharia clínica e saiba como implantá-los na sua empresa.

1. EQUIPAMENTOS: REPAROS E CUSTO DE MANUTENÇÃO

O número de solicitações de reparos de equipamentos é um indicador considerado importante para avaliar as condições de utilização de outros indicadores. Assim, devem ser analisados os tipos de reparos, os serviços com maior número de solicitações e a complexidade dos equipamentos.

Além disso, esse indicador será útil na implantação de equipes especializadas para determinados serviços que exigem conhecimento específico, cuidados básicos dos equipamentos e reparos periódicos. Dessa forma, será possível programar ações corretivas e preditivas para garantir produtividade e eficiência nas atividades clínicas.

Da mesma forma que os reparos, o custo de manutenção versus valor do equipamento deve ser considerado. A finalidade desse indicador é saber o percentual máximo de manutenção de um equipamento, justificando ou não a aquisição de um item mais moderno e com maior precisão.

Para tanto, devem ser considerados o custo para troca de peças, mão de obra especializada, número de reparos feitos anualmente e a comparação com o custo de aquisição de novos equipamentos.

2. CUSTO DO EQUIPAMENTO SEM UTILIZAÇÃO E INTERVALO DE SUBSTITUIÇÃO

O custo do equipamento sem utilização também é um indicador que se baseia na perda de receita do hospital devido a um equipamento parado. Ele pode ser mensurado por meio da multiplicação da média diária de exames e do custo cobrado por eles, seja no âmbito público ou privado.

Com essa análise em mãos, o gestor hospitalar poderá optar pela implantação do serviço, tendo em vista que alguns equipamentos podem revelar diagnósticos com maior sensibilidade e especificidade.

Já o intervalo de substituição é utilizado para determinar a média de tempo que uma sala de cirurgia fica ociosa. Esse é um dos parâmetros utilizados para avaliar o tempo perdido entre a saída de um paciente e a entrada de outro. Calcular o hiato de substituição é fundamental para que a instituição de saúde consiga mensurar a produtividade de uma sala de cirurgia ou de um leito hospitalar.

Desta maneira, será possível prover atendimento a um maior número de pacientes, diminuindo a fila de espera por meio deste procedimento tão importante. Em contrapartida, o hospital também se beneficiará pela eficiência e qualidade no atendimento, além de aumentar os lucros.

3. RENTABILIDADE E FATURAMENTO

Existem alguns indicadores de rentabilidade que devem ser monitorados e controlados periodicamente. Mas, primeiramente, é necessário realizar a apuração dos principais dados. Desta forma, pode-se dizer que os indicadores de rentabilidade podem ser determinados por procedimentos, convênios, especialidades médicas, profissionais, entre outros.

Desta forma, se torna possível estabelecer a rentabilidade e a eficiência de um hospital, utilizando o retorno sobre investimento (ROI – Return On Investment). Este indicador demonstra a produtividade proveniente do uso dos principais recursos hospitalares. Ou seja, quanto maior for a produção, melhor será a utilização dos recursos empregados.

O faturamento também é um indicador a ser analisado periodicamente, sendo um dos principais parâmetros, pois é responsável pelo resultado financeiro e pela mensuração dos lucros de um hospital.

Então, ele deve ser avaliado com o intuito de analisar se a entidade hospitalar é competente o suficiente para faturar sem arcar com grandes perdas, que eventualmente, possam prejudicar a sua estabilidade.

E a melhor maneira de garantir que as informações obtidas sejam confiáveis se dá por meio dos registros dos pacientes, que devem ser realizados de maneira apropriada. Assim, será possível realizar a comparação do desempenho da entidade ao longo do tempo.

4. AVALIAÇÃO DE REPAROS REPETITIVOS

Essa opção, por sua vez, poderá fornecer a periodicidade com que os reparos nos equipamentos hospitalares devem ser feitos, relacionando-a ao tempo médio previsto para falhas.

A partir dessa análise, será elaborado um parecer para a alta gestão que poderá implementar um programa de substituição de novas tecnologias ou desativação delas. Veja mais detalhes a seguir:

ENGENHARIA CLÍNICA E A SUA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO HOSPITALAR

Vale ressaltar que a engenharia clínica constitui um serviço essencial nas instituições hospitalares, porém ainda é implantada de forma precária e sem o devido acompanhamento de profissionais qualificados. Quando se dá a devida importância à engenharia clínica, portanto, ela se torna um componente fundamental para melhorar os principais índices de um hospital, facilitando aprovações de acreditações e melhorando a sua imagem no mercado.

EXPANSÃO DE PROCESSOS PARA OUTRAS ÁREAS

Outro fator que deve ser ressaltado é que os processos utilizados na engenharia clínica podem ser expandidos para outras áreas, buscando melhorias em toda a gestão hospitalar. Em outras palavras, monitorando e controlando com maior eficiência:

  • a qualidade da prestação de serviços;
  • o prazo de atendimento;
  • o prazo de realização de exames; e
  • o custo de cada uma destas etapas.

IDENTIFICAÇÃO DE AMEAÇAS E OPORTUNIDADES

Por fim, a alta gerência poderá analisar as principais ameaças e oportunidades em que a instituição, e seus projetos, estão incorrendo, procurando minimizar as ameaças e aproveitar as oportunidades.

Nesse sentido, é fundamental lembrar que o papel do engenheiro clínico é identificar, mensurar e controlar dos principais indicadores que refletirão na eficiência dos serviços ou nos gastos excessivos com manutenção. Assim, é necessário também expandir a forma de atuação do engenheiro para outras áreas, beneficiando os pacientes e o hospital, como um todo.

Sobretudo, se você ainda não tem o serviço de engenharia clínica devidamente implantado, reveja suas prioridades e modifique sua estratégia de gestão para garantir resultados clínicos e econômicos eficientes.

 

Fonte: Ricardo Miranda – Blog Arkmeds
Disponível em: http://www.biomigmmh.com.br/equipamentos/equipamentos-4-indicadores-hospitalares-da-engenharia-clinica/