A Engenharia no Estabelecimento de Saúde

24 Junho, 2019 0 Por admin

Autora: Acadêmica de Eng. Elétrica Mariana Campos Guimarães Oliveira


Em tempos de crise, diversas são as problemáticas espalhadas na esfera político-econômica nacional, a saúde, sendo uma necessidade básica, se torna bastante visível em meio a tanto caos. Com infraestrutura sucateada, falta de suprimentos e de profissionais qualificados, a maioria dos estabelecimentos de assistenciais de saúde (EAS) sentem dificuldades de adaptação com o avanço do parque tecnológico na prestação de serviço.

A engenharia, sendo uma ciência milenar, só agrega ao EAS, tanto na qualidade quanto na economia, proporcionando uma maior segurança aos usuários desses locais, que procuram o mesmo por diversas razões, seja procurando por um diagnóstico ou um tratamento de terapia intensiva. O consumidor de serviços de saúde, ao se direcionar ao EAS, entra em contato com equipamentos que podem ocasionar danos, caso não tenham o monitoramento adequado por um profissional capacitado.

A engenharia clínica, considerada uma área de estudo nova, teve sinais de seu nascimento no início da década de 40, que conforme relatado por RAMIREZ e CALIL (2000), se deu através de uma iniciativa americana de qualificar melhor os técnicos do exército para realização de manutenção de equipamentos em um hospital de Denver – Colorado. Uma área derivada da engenharia biomédica, que foca na gestão de tecnologias do EAS, possui como premissa a melhoria nos cuidados ao paciente, contribuindo para um ambiente hospitalar através da aquisição de novas tecnologias, focadas no desempenho econômico, gestão de resíduos e da infraestrutura, juntamente com uma análise crítica do comportamento social da população frequentadora do EAS junto ao avanço tecnológico que a quarta revolução industrial proporciona.

Em 2011, através da RDC nº 63 publicada pela ANVISA, na qual regulamenta boas práticas para o funcionamento dos serviços de saúde, a engenharia clínica ganha o impulso necessário para se enraizar como profissão dentro do EAS. Conforme dados de consulta pública realizada no DATASUS, atualmente existem 335.670 estabelecimentos de saúde cadastrados no Brasil, sendo apenas 3,15% localizados no Estado de Goiás (10.578 estabelecimentos cadastrados), que demandam profissionais credenciados para realização de gestão de tecnologias. Sendo assim, com base na jovialidade da profissão e na demanda do mercado, nota-se a falta do profissional qualificado para garantir a prestação do serviço de saúde. Mas uma grande dúvida paira sobre o olhar daqueles que possuem interesse na área, qual o perfil profissional para ingressar nesse mercado?

Através de uma pesquisa realizada em 2014 e publicada no Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica, SOUZA e MORE, na qual foi feito um levantamento sobre o perfil do profissional de engenharia clínica que atua no mercado. Nesse estudo mostra que 56% dos profissionais atuantes na época tinham como base a eletrônica como manobra de inserção no ES. Como ainda não há o reconhecimento da engenharia clínica pelo CONFEA, não há a obrigatoriedade de realização de pós-graduação ou mestrado na área para atuar nesse mercado, porém o EAS que visa participação de processos de acreditação hospitalares ou até mesmo regularidade junto a ANVISA busca um profissional com conhecimentos específicos para assegurar que o cuidado à saúde da população frequentadora nesse ambiente hospitalar, tanto ao que procura o serviço tanto àquele que o presta (colaborador), tendo conforto e qualidade ao efetuar o contato com as tecnologias que englobam o funcionamento adequado do ES.

Sendo assim, o mercado está aberto para aqueles que buscam atuar com a engenharia clínica dentro do ES, bastando apenas qualificação e comprometimento com o ideal de aprimorar os cuidados a saúde.

 

REFERÊNCIAS

[1] RAMIREZ, E. F. F; CALIL, S. J. Engenharia clinica: Parte I – Origens (1942-1996). Semana: Ci. Exatas/Tecnol. Londrina, v. 2 1 , n. 4, p. 27-33, dez. 2000

[2] SOUZA, A.F; MORE, R.F. O Perfil do Profissional Atuante em Engenharia Clínica no Brasil. XXIV Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica. 2014.

 

INFORMAÇÕES DO COLUNISTA

 

Mariana Campos Guimarães Oliveira

Acadêmica de Engenharia Elétrica pela PUC-GO.

Tel: (62) 9 8147-3292